Para algumas pessoas ter boa aparência é ter um bom visual ou vestir-se bem. Para outras, é ter um sorriso mais branco. Segundo uma pesquisa, realizada em 2007 pela Academia Americana de Odontologia Cosmética, a busca pelo clareamento dentário parece aumentar a cada ano. Os resultados indicaram um aumento de 15% em relação à pesquisa de 2005 (Referência: www.colgate.com.br).
Existem dois tipos de clareamento, de consultório ou o caseiro, porém os dois não diferenciam com relação ao resultado final: deixar os dentes mais claros. O limite do uso do gel clareador é que é a questão. Muitos pacientes almejam ter dentes muitos brancos e esquecem que o esmalte dentário tem um limite tênue entre a saúde e o branqueamento. É importante consultar o dentista para saber o tipo de clareamento recomendado para seus dentes, com base na cor e no que pode ser feito para torná-los mais brancos e atraentes.
Existem uma série de produtos de venda livre que prometem clarear rapidamente, como cremes dentais clareadores, tiras branqueadoras, canetas de pintura brancas e enxaguantes bucais branqueadores. Todos eles devem ser usados com orientação de um dentista e sabendo da real necessidade de cada um
Clareamento dental em consultório:
O clareamento dental de consultório é feito com uma concentração de gel maior e com o controle e supervisão do dentista. Uma foto inicial da arcada dentária é retirada para avaliar a cor inicial e comprar o resultado no final do tratamento. Este tipo de clareamento é realizado dentro do consultório e pode ser concluído em uma, duas ou três sessões, dependendo da necessidade de cada paciente, por isso que ele tem um resultado mais imediato. A indicação para esse tipo de clareamento deve ser avaliada pelo dentista, pois a presença de trincas dentárias, exposição de raiz e sensibilidade varia no uso da técnica e pode ser contraindicado para esses tipos de pacientes. Alguns estudos recentes, relatam que o uso de luz para ativar e intensificar o gel não tem resultados significantes na atuação do gel, podendo ser utilizado ou não pelo dentista.
Clareamento dental caseiro: Esse tipo de clareamento é indicado para pacientes que não possui trincas dentárias, exposição de raízes ou que tendem a ter sensibilidade com o gel mais concentrado (clareamento de consultório). Nesse clareamento, o gel caseiro é menos concentrado e consequentemente o tratamento é mais demorado, porém o resultado final é o mesmo o clareamento dental de consultório. O dentista faz um molde da arcada dental, superior e inferior, para fazer a moldeira a ser usada no clareamento e seleciona o sistema clareador adequado ao paciente. Na consulta seguinte, o paceitne recebe um kit onde tem as moldeiras e algumas seringas com o gel clareador. O paciente é instruído sobre como e quantas vezes ao dia utilizar o gel durante uma ou duas semanas, monitorando a sensibilidade dos dentes. A opção de clareamento em casa envolve um processo mais longo do que os procedimentos realizados no consultório.
Selecionamos um artigo da Revista da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas do ano de 2015 para esclarecer algumas das perguntas mais frequentes sobre Clareamento Dental:
Como funciona o clareamento dental?
Os agentes clareadores são, na sua maioria, à base de peróxido de hidrogênio ou seus precursores. Estes são capazes de produzir radicais livres altamente reativos que degradam os pigmentos presentes na estrutura dental através de uma reação de oxidação, transformando-os em estruturas moleculares cada vez mais simples. Essa alteração na estrutura dos pigmentos causa o efeito clareador.
Quais são as indicações e contraindicações do tratamento clareador?
Este tratamento é bem indicado para pacientes que apresentam dentes escurecidos ou estão insatisfeitos com a coloração dos mesmos. As alterações de cor decorrentes da idade, canais atrésicos, calcificação distrófica da polpa, casos leves de fluorose dental e de pigmentações causadas pela ingestão de tetraciclina costumam ter bom prognóstico. Em relação às contraindicações, a literatura e os fabricantes recomendam que o clareamento dental não deve ser realizado em crianças menores de 13 anos, gestantes, lactantes, pessoas que tenham alergia a peróxido de carbamida ou hidrogênio e pacientes que estejam em tratamento de doenças graves. Além disso, são fatores limitantes do tratamento: gengivite, doença periodontal, restaurações extensas e fumantes inveterados.
Clareamento pode causar hipersensibilidade dental? Existem modos para minimizar esse problema?
Sim. O clareamento de dentes vitais tem sido associado à hipersensibilidade. Pesquisas clínicas mostram que 15% a 78% dos pacientes que tiveram seus dentes clareados relataram hipersensibilidade trans e pós-tratamento clareador. Desta forma, a grande maioria dos géis clareadores já contém em sua formulação substâncias dessensibilizantes, sendo as mais comuns, o flúor e o nitrato de potássio.
Restaurações e próteses podem ser clareadas? Não, o produto clareador só age sobre os dentes. O Cirurgião-Dentista deve informar os pacientes com restaurações e prótese em áreas estéticas que possivelmente estas terão que ser trocadas após a finalização do clareamento. Com as questões abordadas acima fica evidente que o clareamento dental é um tratamento e, portanto, deve ser realizado pelo Cirurgião-Dentista. Analisadas as necessidades e riscos para cada caso, cabe ao profissional escolher a melhor técnica ou associação de técnicas e produtos a serem utilizados, visando o melhor resultado. Está em discussão na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a normatização para o consumo de produtos clareadores.
Referência: CARDOSO PEC; PINHEIRO HB; LOPES BA, Artigo da REV ASSOC PAUL CIR DENT 2014;68(3):236-7
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